História

Uma Breve História da Bicicleta

 Fonte do texto original e das fotos:
 Site do Pedaling History Bicycle Museum

 

A "Máquina de Andar" (The Walking Machine)

Em 1817 o Barão alemão Karl Drais von Samerbronn inventou a "máquina de andar" que o ajudaria a passear nos jardins reais mais rápido: duas rodas do mesmo tamanho em linha, a dianteira tinha movimentos laterais para permitir mudanças de direção, eram montadas em um quadro no qual a pessoa "cavalgava". O dispositivo era impulsionado empurrando-se os pés contra o chão, deixando-se deslizar para a frente. A máquina tornou-se conhecida como "Draisienne" ou "Hobby Horse". Era feita inteiramente de madeira. Ela gozou de uma breve popularidade, como uma moda, não sendo um veículo prático para transporte em lugares que não fossem uma via plana em bem conservada, como os parques e jardins.

O Velocípede ou "Boneshaker" ("Agitador de Ossos")

A próxima aparição de uma máquina de duas rodas foi em 1865, na frança, quando pedais foram incorporados diretamente na roda dianteira. Essa máquina era conhecida como Velocípede (Pés velozes), mas ficou popularizada como "Agitador de Ossos", uma vez que era feita inteiramente de madeira, utilizando mais tarde rodas de metal, cuja combinação com as estradas de calçamento de pedra, a tornava extremamente desconfortável. Também tornaram-se uma moda; e academias cobertas, similar às pistas de patinação, podia ser encontradas nas grandes cidades.

A Bicicleta de Roda-Alta

Em 1870 apareceu a primeira máquina de metal. Antes disso a metalurgia não era avançada o bastante para fornecer metal que fosse resistente o suficiente para a fabricação de peças pequenas e leves. Os pedais ainda eram conectados diretamente à roda dianteira, sem mecanismo de roda-livre (catraca). Rodas de borracha sólida e os longos raios da roda dianteira possibilitavam um transporte mais macio que o de seus predecessores. As rodas dianteiras tornaram-se cada vez maiores, quando os construtores descobriram que quanto maior fosse a roda dianteira maior era a distância percorrida com um giro dos pedais. As pessoas compravam bicicletas com rodas tão grandes quanto o comprimento de suas pernas permitiam. Essa máquina foi a primeira a ser chamada de bicicleta ("duas rodas"). Elas gozaram de grande popularidade entre os homens jovens de posse (custavam seis meses de salário de um trabalhador comum), tendo chegado ao auge na década de 1880.
Como a pessoa sentava muito acima do centro de gravidade, se a roda dianteira esbarra-se em uma pedra ou uma raiz no caminho, ou a aparição repentina de um cachorro, o equipamento inteiro girava sobre o eixo dianteiro e o ciclista, com suas pernas presas no guidão, caía inevitavelmente de cabeça.

O Triciclo de Roda-Alta

Enquanto os homens arriscavam o pescoço nas bicicletas de roda-alta, as damas, confinadas em suas saias longas e "espartilhos", podiam dar uma volta em torno do parque em um triciclo de adulto. Essas máquinas também proporcionavam mais dignidade para cavalheiros como médicos e padres. Muitas das inovações mecânicas agora associada ao automóvel foram originalmente inventadas para os triciclos. A caixa-de-direção, o diferencial e o freio a fita, são alguns exemplos.

A Bicicleta de Roda-Alta "Segura"

Melhorias de projeto começaram a ser vistas, muitas delas com as rodas pequenas na frente, para eliminar o problema de virar para a frente. Um modelo foi promovido pelo seu fabricante descendo a escadaria da frente do Capitólio, em Washington. Esses projetos tornaram-se conhecidos como bicicletas de roda-alta seguras. Desde então, os antigos projetos de roda-alta ficaram conhecidos simplesmente como bicicletas, eles são chamados agora de "bicicletas comuns", em comparação com os novos projetos, e mais tarde simplesmente "comuns".

A Bicicleta "Segura" de Rodas-Duras

Os novos desenvolvimentos da metalurgia levaram à próxima inovação, ou melhor, ao retorno à projetos anteriores. Com metal que era forte o bastante para se fabricar corrente finas e rodas dentadas pequenas e leves o suficiente para uma pessoa acionar, o próximo projeto era um retorno à configuração original de duas rodas com o mesmo tamanho. Só agora, ao invés de apenas uma circunferência da roda por cada volta do pedal, podia-se, através de relações de rodas dentadas, ter uma velocidade igual às das enormes "rodas-altas". As bicicletas ainda tinham rodas de borracha dura e, na ausência dos raios longos, absorvedores de impacto, eram muito mais desconfortáveis do que qualquer um dos projetos de roda-alta. Muitas dessas bicicletas de cem anos atrás tinham suspensões dianteiras e/ou traseiras. Esses projetos competiam uns com os outros, tendo-se como escolha o conforto das "rodas-altas" ou a segurança das "seguras", mas a próxima inovação provocou a morte do projeto de roda-alta.

A Bicicleta com Pneu

A roda com pneu foi pela primeira vez utilizada em uma bicicleta por um veterinário irlandês, que estava tentando propiciar ao seu jovem filho uma pedalada mais confortável no seu triciclo. O nome desse inventivo jovem médico era Dunlop. Parece familiar? Agora que conforto e segurança podia ser obtidos no mesmo "pacote", e que o "pacote" estava ficando mais barato a medida que os métodos de fabricação eram melhorados, todo mundo queria andar de bicicleta. O modelo da figura, uma Yale 1898, utiliza um eixo de acionamento para dispensar a suja corrente.
A bicicleta era, no final do século passado, um meio de transporte prático para o trabalhador, dando a ele uma maior flexibilidade para o lazer. As damas, até então limitadas a andar nos pesados triciclos de adulto que eram práticos apenas para uma volta pelo parque, agora podiam andar numa máquina muito mais versátil e ainda manter suas pernas cobertas por longas saias. A mania da bicicleta aniquilou as armações e os espartilhos (peças do vestuário feminino no século passado), instituindo um vestuário mais prático para as mulheres e aumentando sua mobilidade consideravelmente. Em 1896 Susan B. Anthony disse que "a bicicleta fez mais pela emancipação das mulheres do que qualquer outra coisa no mundo".
Andar de bicicleta era tão popular nas décadas de 1880 e 1890 que os ciclistas formaram a League of American Wheelman (ainda existente e chamada agora League of American Bicyclists). A liga fez looby por melhores estradas, preparando literalmente o caminho para o automóvel.

A Bicicleta para Garotos

Introduzida só após a primeira guerra mundial por vários fabricantes, tais como Mead, Sears Roebuck e Montgomery Ward, para revitalizar a industria de bicicletas, esses projetos, agora chamados "clássico", apresentavam elementos de automóveis e de motocicletas como apelo à garotada que, presumivelmente, preferiam ter uma moto. Se algum dia uma bicicleta precisou de motor, foi essa. Essas bicicletas evoluíram para os projetos mais glamourosos, fabulosos, ostentosos e pesados já feitos. É inacreditável, hoje, que garotos de 14 anos podiam "arrepiar" nessas máquinas de 30 quilos! Elas foram construídas até meados dos anos 50, tendo incorporado então elementos do avião a jato e mesmo dos foguetes. Nos anos 60 elas tornaram-se mais esbeltas e mais simples.

A Evolução para o Cenário Atual

A evolução até as modernas máquinas atuais passou pela "Inglêsa de 3 marchas" dos anos 60 e 70 e pelos modelos de 10 marchas, com passador, que ficaram popular nos anos 70 (o câmbio com passador foi inventado antes da virada do século e era mais ou menos comum na Europa desde então).