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Paris-Tours
A Paris-Tours forma junto com o Giro di Lombardia as clássicas
de outono. Esta prova, realizada pela primeira vez em 1896, sempre foi
vencida por "sprinters", chegando a tal ponto que os organizadores
decidiram, em 1965, excepcionalmente, suprimir o uso do câmbio
de marchas, para provocar uma seleção entre os corredores.
De 1974 a 1977 a prova mudou de sentido, convertendo-se em Tours-Versalhes.
A partir de 1978 passou a ser o Grande Prêmio de Outono, de Blois
a Montlhéry (1978), Blois-Chaville (de 1979 a 1984) e Créteil-Chaville
(de 1985 a 1987). Atualmente a prova começa a sudoeste de Paris,
em St. Arnould-en-Yvelines e se dirige para o sul e para o oeste até
a cidade de Tours, no vale do rio Loire. Percorre estradas planas propícias
aos "sprinters", principalmente quando não ocorre o
forte vento da região, que pode provocar pequenas fugas.
Uma Curiosa Paris-Tours
( Fonte: Página
de Ciclismo )
Em 1965 aconteceu uma coisa insólita e não mais repetida
na clássica Paris-Tours. Estava viva nessa época a polêmica
sobre o percurso da prova. Havia quem criticasse o perfil completamente
plano e havia quem a defendia como prova adequada aos "sprinters",
que também tinham direito em ter no calendário uma prova
para eles.
Para
fugir desses comentários, a organização decidiu
tomar uma medida insólita: voltar muitos anos atrás impondo
aos corredores a proibição de instalar câmbio em
suas bicicletas. Podia-se usar roda-livre (catraca) e podia-se trocar
de roda ou de bicicleta, mas não se podia trocar de marcha em
andamento.
Dessa maneira a escolha da relação de velocidade se tornou
fundamental. Algo parecido ao que ocorre hoje em dia nas corridas automobilísticas
de Fórmula 1 com a escolha dos pneus, especialmente em dias meio
chuvosos.
Anquetil
escolheu 52x16 (6,76 m), Poulidor escolheu 51x17 (6,24 m) se bem que
mudariam para 49x13 (7,90 m) e 51x15 (7,10 m), respectivamente. Karstens
optou por 53x16, que substituiria por 53x15 (7,35 m) a 25 Km da chegada.
A corrida propiciou escapadas de corredores como Anglade, Aimar, Monty
e Tom Simpson. Mas a escapada que teve sucesso foi a do holandês
Gerben Karstens, profissional iniciado nesse ano. Atacou com vigor e
nada pode supera-lo. Anquetil desviou-se do percurso correto a 1200
metros da chegada, quando tentava alcançar o holandês.
Gerben Karstens conseguiu realizar a importante façanha de percorrer
os 246 Km a uma média de 45,029 Km/h, estabelecendo um novo recorde
da prova (O atual recorde pertence ao ciclista ucraniano Andreď Tchmil,
que registrou 47,539 Km/h em 1997).
A experiência incomum de se proibir o uso de câmbio jamais
voltou a se repetir.
(Extraído de Mirror du Cyclisme, n° 471,
Outubro de 1993)
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